57) Posso me separar?

O sonho de Deus para os casais com certeza é uma união permanente. E já é claro entender que a Bíblia não ordena, nem encoraja, mas permite o divórcio quando não se tem mais saída. O divórcio é a dissolução do vínculo matrimonial. Jesus Cristo teve que tratar do divórcio pois já era um problema naquela época e só é amparado pelo Novo Testamento nos seguintes casos: infidelidade conjugal (Mt 5:31,32) e a impossibilidade de reconciliação entre os casais mistos (1 Co 7:15).


Para entender melhor, acompanhe comigo Mateus 19:3-12:

“Vieram a ele alguns fariseus, e o experimentavam, perguntando: É lícito o marido repudiar (rejeitar) a sua mulher por qualquer motivo? Então respondeu ele: não tendes lido que o criador desde o princípio os fez homem e mulher, e que disse: Por essa causa deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. Replicaram-lhe: Porque mandou então Moisés dar carta de divórcio e repudiar? Respondeu-lhes Jesus: por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres. Entretanto, não foi assim desde o princípio. Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas e casas com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério. Disseram-lhe os discípulos: se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar. Jesus, porém, lhes respondeu: nem todos são aptos para receber esse conceito, mas apenas aqueles a quem é dado”.

Os fariseus sabiam que de acordo com a lei de Moisés o divórcio era lícito, mas aqui queriam saber se era permitido por qualquer motivo. Jesus respondeu para os fariseus que Moisés só aceitou o divórcio para livrar as mulheres das garras dos homens cruéis, de coração duro, que trocavam de mulher por qualquer desculpa. A mulher era considerada um objeto, podia ser até comprada. O divórcio acabou sendo uma válvula de escape para protegê-la. Jesus sabia disso, por isso não anulou a lei, por isso restaurou a posição da mulher, reconhecendo o seu direito de se divorciar do marido, conforme previam as legislações romanas e gregas e não as judaicas. Enfim, a primeira permissão para o divórcio é quando um crente é traído, chifrado pelo seu parceiro. Mas isso não quer dizer que é uma regra, muito pelo contrário, o perdão e a reconciliação são sempre o melhor conselho bíblico. Prova disso é que Jesus deixou o assunto com certa nebulosidade para que a exceção não viesse a se tornar regra!

Vamos ver a segunda permissão para o divórcio.

Acompanhe o que diz 1 Coríntios 7:10-15.

O apóstolo Paulo divide o texto em duas partes; na primeira parte ele fala para os casados não se separarem de forma alguma, confirmando o que Jesus disse, só em caso de separação. A segunda parte do texto ele se refere aos casamentos mistos, isto é, quando um é crente e o outro não é. Isto é, quando a convivência do casal for impossível e o incrédulo quiser a separação, o casamento não é obrigatório. Essa exceção do ap. Paulo existiu porque na época, como nos dias de hoje, existem situações complicadíssimas de agressão física, uso de drogas, pedofilia dentro dos lares, etc.

Isso não libera de forma alguma a mulher de Deus que se sente perseguida para ir na igreja, ou tem umas tretinhas dentro do lar. Para isso temos o texto de 1 Co 7:10-15 que diz que “o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa e esposa incrédulo é santificada no convívio do marido crente”. É só dar um bom testemunho regado de oração e toda sua família virá aos pés do Senhor Jesus!